Voce conhece a historia da primeira Igreja fundada após a chegada da família real? Nao? Entao aqui vai uma copia da internet pra voce se informar :
Pelo decreto régio de 13.06.1808, o Príncipe Regente D. João VI mandava desapropriar o engenho e as terras da Lagoa Rodrigo de Freitas, incorporando-os aos bens da Coroa, o que foi efetivado pelos avisos de números 2/6 e 6/11/1808. Nesta época, recebeu D. João VI uma petição dos moradores da Lagoa e Botafogo requisitando a criação de uma Freguesia própria, desvinculando-os da de São José, na cidade.
Em 21.04.1809, consultada a Mesa de Consciência e Ordens sobre a questão, expediu-se a 3 de maio seguinte a Resolução nº 10 criando a Freguesia de São João Batista da Lagoa, com sede provisória na Capelinha de N. S. da Conceição até que se erigisse uma Matriz definitiva. O alvará de criação da Freguesia é expedido a 12.05.1809, no mesmo dia em que é designado por uma carta régia o primeiro pároco colado da nova Freguesia, o Reverendo Manuel Gomes Souto, cuja provisão, entretanto, só foi confirmada a 31 de julho.
Finalmente, depois de tanta burocracia, por um Edital do Bispo em 1º de agosto é executado o alvará, tendo o vigário tomado posse no dia 6 seguinte.
A Capela de N. S. da Conceição, construída no engenho de mesma denominação próximo à Lagoa Rodrigo de Freitas, era uma vetusta construção rural erguida antes de 1732, pequena, sem louvores de arte, dotada de um mini-campanário e alpendre fronteiriço, típica capela familiar, mas pouco prática como Matriz Paroquial. Como não bastasse, situava-se em lugar ermo, longe dos fiéis, sendo recebida pelo Pe. Souto necessitando de reparos, tornou-se desde cedo imperiosa a sua mudança para sítio mais conveniente.
Em 1824, tentou-se comprar um terreno em Botafogo a fim de se erigir nova Matriz, mas o plano fracassou, pois não havia dinheiro necessário à sua aquisição. Mas a Capela não esperou por isso e desabou em 1826, forçando a transferência provisória da Matriz para a Capelinha de São Clemente que, apesar de situar-se mais perto do centro populoso da Paróquia, era ainda menor e bem mais antiga que a da N. S. da Conceição. Esses reveses abateram o Pe. Souto, que pediu sua exoneração, obtida em 27.08.1830.
A situação começou a mudar em 1831, quando a 1º de maio Joaquim Marques Batista de Leão doou à Paróquia um terreno de 20 braças de frente por 80 de fundos (44 x 176m), na rua nova de São Joaquim, aberta pelo mesmo Leão em 1826 em terras de sua chácara. No termo de doação, especificava-se que ali se ergueriam a nova Matriz, o Passal do Vigário e o Cemitério da Freguesia.
Em 24 de junho de 1831, foi lançada a pedra fundamental do novo templo pelas mãos do próprio Bispo do Rio de Janeiro, D. José Caetano, que contribuiu doando 4:476$00 tirados de seu próprio bolso; ao falecer alguns meses depois, seus herdeiros ampliaram a doação em mais 1:823$290. Coube ao Major Beaurepaire Rohan o projeto da nova Matriz; a Capela-Mor foi sagrada em 1836 e, no ano seguinte, a do Santíssimo, que foi convenientemente paramentada quando se realizou a primeira procissão em 1841.
Em 1858 o Major Beaurepaire Rohan abre a Rua da Matriz, fronteira à Igreja, com o argumento de dar maior realce ao frontispício. Por volta de 1860, estando o templo ainda em obras, o vigário P. José Correia de Sá Coelho transfere definitivamente a Pia Batismal para sua nova sede, abandonando-se em definitivo as capelas de N. S. da Conceição e São Clemente, das quais hoje não restam mais vestígios. Em 1862 assume o Vicariato da Lagoa Monsenhor Francisco Martins do Monte, que muito se empenhou nas obras da Igreja, dando-as por terminadas em 1864, depois de 33 anos decorridos do seu início. O Altar-Mor neoclássico, confeccionado em pinhos de riga, deve ter sido colocado ali por volta de 1870, como mostra seu estilo.
A riqueza da burguesia Botafoguense permitiu que desde o início a Matriz possuísse valiosos paramentos, que alimentaram a cobiça de ladrões; invadida na noite de 16.04.1871, foram furtados todos os resplendores das imagens, objetos sacros e os cofres das esmolas.
A modesta arquitetura da Matriz já não mais satisfazia à alta sociedade Botafoguense, daí em 1873 decidiu-se pela sua reconstrução total, rapidamente iniciada, tendo sido confeccionados novos planos pelo arquiteto Joaquim Bethencourt da Silva. O trabalho dessa vez foi bem mais rápido, sinal de que o nível de vida dos paroquianos estava bem melhor do que quarenta anos atrás. Dois anos depois de iniciadas as obras, já estavam prontas a Capela-Mor, com seus finíssimos estuques; a Capela do SS. Sacramento, com seu altar datando de 1837; as paredes laterais, que foram acrescidas de maior altura; e a imponente frontaria de granito da candelária até o primeiro corpo. Em 24 de julho de 1875 é elevada a cruz sobre o frontispício. Passou-se então aos acabamentos internos. Na virada do século a Igreja foi ornada com seis altares laterais executados em mármore de Carrara.
Em 1877 já estavam terminadas as obras do corpo da Igreja e iniciava-se a torre ao lado do Evangelho, seguida pela torre da Epístola. Em 1880 já estavam quase prontas, mas só foram terminadas em 1895-1900, sob novo risco executado pelo arquiteto espanhol Adolfo Morales de Los Rios.
Curiosamente, as torres não possuíram sinos por muitos anos. Em 1907 foi colocado na torre da Epístola um relógio europeu, mas os três sinos que lá hoje estão só foram fundidos em 1947 pelo Arsenal da Marinha.
Em princípios do século foi instalado na Matriz o seu famoso órgão, considerado pelos especialistas como o de melhor sonoridade do Rio de Janeiro. Inicialmente confiado ao inglês Harcourt Saville, depois passou às mãos de D. Nadyr Leite e D. Maria Inês Cardoso Pereira.
Em 1958 a municipalidade resolveu alargar a Rua Voluntários da Pátria. Baseado nessa premissa, decidiu o vigário de então, numa completa falta de sensibilidade pelo nosso passado, que se demolisse a velha Matriz Botafoguense e se erguesse um templo moderno.
Foram escarpados nessa época os altares laterais, desmantelando-se também a graciosa Capela do Santíssimo, sendo destruído o retábulo em madeira de estilo rococó tardio. Em seguida, demoliram as paredes laterais do templo e arrasaram com o Batistério, sumindo a Pia Batismal, datada do princípio do século XVIII e que provinha da primitiva Capelinha da Conceição. Isto não só afetou a estética da Igreja como também afetou sua estabilidade. O resultado disso é que quando o vigário mandou demolir as paredes laterais, que, de certa maneira, aliviavam os esforços das paredes mestras para suportar a pesada abódada de alvenaria, esta rachou no centro e deformou-se, desaprumando as paredes mestras e estalando o piso de laurinhos. Em conseqüência disso, a pesada fachada em granito foi empurrada, inclinando-se sobre o Adro e a rua.
Quando se iniciava a demolição final do templo, houve um protesto dos fiéis, que conseguiram não só sustar a destruição como também substituir o vigário. Assumiu então o vicariato Monsenhor Arlindo Thiessen, que arcou com o pesado encargo de salvar o que fosse possível da velha Matriz.
A partir de 1967 foram executadas as obras de reconstituição das paredes laterais e o reforço das paredes mestras, só conseguidas com o sacrifício de alguns tribunais. A medida surtiu efeito e a inclinação cessou. Foram então abertos alguns arcos na nave principal e tentou-se consertar os sinos e o relógio da torre. Alguns elementos e objetos sacros foram adquiridos e colocou-se discreto gradil protetor no Adro.
As medidas salvadoras empreendidas por Monsenhor Arlindo estão sendo reconhecidas pela comunidade e é possível que a Igreja Matriz volte ao antigo esplendor que tinha há uns trinta anos e reassuma sua justa posição como a de Maior Patrimônio Cultural do Bairro.
Fonte e site da Igreja : http://comunidadesjb.com.br/default.asp?idCliente=92
Bem, se voce teve saco de ler isso até o final, agora voce ja sabe!
Retrato de D. João VI e D. Carlota Joaquina.Óleo sobre tela, início do século XIX, de Manuel Dias de Oliveira, "O Brasiliense" ou "O Romano".
Retrato de D. João VI por Jean Baptiste Debret (1768-1848). Óleo sobre tela, 1816.D. João de Bragança, nascido em 1767, em Lisboa, era o segundo filho do rei de Portugal, D. Pedro III, e da rainha, D. Maria. Tornou-se herdeiro do trono com a morte do irmão, D. José. Em 1792, órfão de pai e com a mãe enlouquecida, tornou-se regente de Portugal. Neste cargo, tomou algumas atitudes decisivas tanto para Portugal quanto para o Brasil, sua grande colônia: o abandono do Reino aos franceses, em 1807, e o estabelecimento da administração real no Rio de Janeiro. Este quadro, que o retrata aos 53 anos de idade, é de autoria de Debret, competente pintor de temas históricos, formado no mais puro rigor neo-clássico e um dos principais expoentes da Missão Artística Francesa.
Retrato de D. Pedro I, óleo sobre tela, 1826, por Manuel de Araújo Porto-Alegre (1806-1879).Filho de D. João VI (1798-1834), veio para o Brasil em 1808. Em 1822, casado com a Imperatriz D. Leopoldina, liderou o processo de emancipação política da Colônia portuguesa, tornando-se o primeiro Imperador do Brasil.
Retrato de D. Pedro II, por Delfim da Câmara (1834-c.1916).D. Pedro II talvez tenha sido a figura mais retratada de todo o século XIX brasileiro, simbolizando o Estado monárquico implantado no Brasil em 1822 e consolidado com sua elevação ao trono em 1840.Representando a instância suprema do poder, onde quer que, no território do Império, houvessem súditos, sua figura de porte majestático e olhar tranquilo deveria estar presente e ser lembrada, por meio de estátuas e retratos.Isto significou trabalho constante para centenas de artistas de todo o país, alguns muito talentosos, como é o caso do autor deste quadro, pintor fluminense de obra diminuta, mas onde se destacam ótimos retratos.
Retrato de D. Teresa Cristina, circa de 1880, por Rovello.Nascida em Nápoles em 1822, era filha de D. Fernando, Rei das Duas Sicílias. Tratado seu casamento com D. Pedro II, imperador brasileiro de 18 anos, veio para a América em 1843. Exilada com o esposo e a família em 1889, morreu neste mesmo ano, segundo a tradição, de saudades do país sobre o qual reinou por 46 anos.
Retrato da Princesa Isabel, por Rovello.Princesa imperial brasileira, nasceu no Rio de Janeiro em 1846. Casou-se em 1864 com Gastão de Orleans, Conde d'Eu. Herdeira do trono, em pelo menos três oportunidades assumiu a regência do Império. Na terceira, aboliu a escravidão negra no Brasil. Faleceu na França em 1921. Este retrato, sobre cujo autor não existem dados, foi provavelmente copiado de fotografia.
Retrato da Família ImperialNeste quadro, provavelmente copiado a partir de fotografia, aparece parte da família imperial brasileira: o Imperador D. Pedro II e a esposa D. Teresa Cristina, sentada: D. Pedro Augusto, filho do Duque de Saxe com a Princesa Leopoldina, encontra-se ao lado do avô. O Conde d'Eu, consorte da herdeira, Princesa Isabel, é visto na extrema esquerda, ao lado da esposa. Embaixo, vêem-se os três príncipes, filhos do casal. Este tipo de retrato era em geral pintado para decorar residências reais ou prédios públicos. 






